Inquéritos

ESAD@2001ESCALA PORTO

Uma exposição de Design na abertura do próximo milénio não podia deixar de ser um teatro de interrogações e perplexidades, assim como o lugar de ensaio de propostas para um tempo feito de necessidades e valores em constante mutação a que responde um leque imenso de possibilidades nos domínios do científico e do tecnológico.

As questões das propostas emergem, pois, dos novos paradigmas que modificaram o estatuto ontológico do homem ampliando-o e replicando-o e, que, num certo sentido, ultrapassaram e modificaram, irreversivelmente, a relação entre o homem e o ambiente. Esta deixa de ter um cariz privilegiadamente ecológico, na medida em que a interactividade passa a ser cada vez mais mediada pela tecnologia, abrindo-nos para uma infinidade de mundos virtuais em que se esbate, progressivamente, a fronteira entre a realidade física e a realidade digital.

Neste contexto, uma exposição de ob-sub-pro-jectos para o século XXI significa que os objectos se adequem às questões fervilhantes do agora, que nunca é um agora pontual e fechado, mas integrando memórias mais ou menos distantes: um agora sempre projectado para o futuro. Assim sendo, cada objecto a expôr assimilará, igualmente, a dimensão crítica inerente a um tempo polifónico que, neste momento, parece focar-se nas questões da interactividade, da integridade biológica do homem e da fluidez progressiva de todos os conceitos a que a realidade nos tinha habituado.

Quem somos e para onde vamos, continuam a ser as grandes questões e serão elas que orientarão a exposição de ob-sub-pro-jectos, em que a relação de sujeito e objecto, no projecto, apresentará, mesmo que indelével, uma carga de devir.

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