Cartografia do Brasil
A exposição "Nova Lusitânia:
Cartografia Setecentista do Brasil nas Colecções da Biblioteca Nacional" constitui
um dos mais importantes resultados de um projecto de História da Cartografia,
apoiado pela Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses
e desenvolvido ao longo de dois anos na Biblioteca Nacional, no âmbito das
comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil. 
Foram objecto de levantamento sistemático os materiais cartográficos, tanto manuscritos como impressos, onde se figuram espaços brasileiros, desde a escala da planta do edifício até à escala da inserção do Brasil na América do Sul, existentes nas colecções dos serviços de Cartografia, de Iconografia e de Reservados da Biblioteca Nacional, para o período compreendido entre 1700 e 1822.
A abrangência cronológica justifica-se por ser o século XVIII, o período mais importante da produção cartográfica portuguesa sobre o Brasil; a data da independência constitui, por si só, um marco com repercussões na responsabilidade e origem da cartografia oficial posterior. Foram identificadas mais de três centenas de mapas, de autores portugueses e estrangeiros, na sua grande maioria impressos, incluindo reedições e variantes do mesmo mapa, avulsos ou insertos em atlas, descrições geográficas ou relatos de viagens.
Desse universo foram seleccionadas cerca de oitenta cartas que depois de descritas e estudadas, foram organizadas em cinco núcleos: a Livraria do Embaixador, a Biblioteca Científica e de Divulgação, o Gabinete de Projectos, a Sala do Almirantado e a Oficina de Impressão Cartográfica. Assim, reconstituiu-se dentro da Biblioteca Nacional, outras tantas bibliotecas setecentistas onde cada um dos mapas ou dos volumes poderia ter estado antes de chegar até nós, pelos complexos e misteriosos mecanismos da vida dos livros.