Inquéritos

"Arma Letal 2", de Richard Donner

Por Luís Godinho Maneta

Em 1978, o realizador Richard Donner levou para o grande écran as aventuras de um dos maiores heróis de todos os tempos: o "Super Homem" interpretado por Christopher Reev. Pode dizer-se ter sido este o seu maior contributo para a história da sétima arte pois, se excluirmos "Teoria da Conspiração" (1997), não voltaria a alcançar um êxito tão estrondoso. Mesmo a adaptação cinematográfica de outra personagem nascida na banda desenhada, "Maverick" (1994), com Mel Gibson e Jodie Foster, ficou muito aquém das expectativas criadas.

Em 1987, iniciou a série "Arma Letal" cujo segundo filme foi produzido dois anos depois. Nele encontramos os detectives Martin Riggs (Mel Gibson) e Roger Murtaugh (Danny Glover), da polícia de Los Angeles, a braços com uma perigosa investigação envolvendo a "lavagem" de meio bilião de dólares proveniente do tráfico de droga.

A acção começa com uma dupla perseguição automóvel envolvendo polícias e presumíveis traficantes. Estes conseguem escapar com a ajuda de um helicóptero. Pelo meios, algumas piadas ligeiras de humor duvidoso, género: "Achas-me parecido com o Michael Jackson? Não mas és bad". A coisa não promete muito. E, na verdade, assistimos a um penoso arrastar da intriga sempre no mesmo tom pateticamente ligeiro e absolutamente previsível.

Os dois detectives ficam responsáveis pela segurança de Leo Gets (Joe Pesci), uma importante testemunha do Ministério Público ameaçada pelos traficantes e cujos aprofundados conhecimentos contabilísticos e de "lavagem" de dinheiro são inversamente proporcionais ao quociente de inteligência. Este leva-os à descoberta de uma rede criminosa cuja base de operações se encontrava instalada no consulado da África do Sul (país à época ainda marcado pelo regime racista do "apartheid").

O resto são as cenas de acção habituais neste tipo de filmes: perseguições automóveis, tiros e explosões, os maus que ameaçam os bons, os bons que escapam aos maus, uma vítima inocente, e o inevitável final feliz. O próprio Gibson deve sentir alguns constrangimentos ao rever filmes como este.

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